sexta-feira, 22 de março de 2013

Índios acusam PM de truculência em desocupação de prédio no Rio

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22 de Março de 2013         13:13 



AdicionaPoliciais invadiram a área do antigo Museu do Índio na manhã desta sexta-feira para cumprir a ordem de desocupação  Foto: Daniel Ramalho / Terrar legenda



 Apesar da negociação para que tudo ocorresse de forma pacífica, a desocupação do antigo prédio do Museu do Índio, ao lado do estádio do Maracanã, terminou em clima de guerra. Manifestantes a favor da causa dos índios e PMs entraram em conflito no momento em que as cerca de 50 pessoas que permaneciam no imóvel se preparavam para sair. 

Os simpatizantes dos índios acusam a PM de usar força excessiva. Os policiais negam e dizem ter agido dentro do rigor necessário. O deputado estadual Marcelo Freixo (Psol-RJ) anunciou que vai entrar com representação contra a PM. Freixo estava na porta do museu quando o conflito começou, e disse ter sido atingido por spray de pimenta lançado pelo policiais. 

Para o parlamentar, os índios e simpatizantes faziam uma “resistência pacífica”, e por isso, houve abuso de autoridade por parte da polícia. “O que aconteceu é inaceitável. Estávamos a um detalhe da saída pacífica. As crianças e mulheres já tinham deixado o local. Houve força desnecessária. Foi uma enorme truculência. Estávamos aqui para uma solução pacífica, ajudando. 

Não vim para cá às 4h da manhã para tomar spray de pimenta na cara", afirmou. Relações públicas da PM, o coronel Frederico Caldas argumentou que a PM invadiu terreno do antigo museu porque os que lá permaneciam começaram a colocar fogo no prédio e jogar pedras nos policiais. Para ele, a ação da polícia foi justificada também pelo fato de manifestantes que estavam do lado de fora, e os que estavam sendo expulsos do prédio, terem se posicionado na avenida Radial Oeste, fechando as vias nos dois sentidos. 

 “Agimos dentro da legalidade, com muita serenidade, até colocarem fogo. Todos os índios já tinham saído, Ficaram os que faziam discurso político”, explicou o PM, ressaltando que havia um acordo para que o prédio fosse esvaziado às 11h45. Os PMs atuaram com 200 homens na desocupação do prédio, entre soldados dos batalhões de Choque e de Operações Especiais (Bope), além de militares do 4º Batalhão (São Cristóvão). 

O caveirão, veículo blindado da polícia, chegou a se posicionar próximo ao local. Por cima, o helicóptero da PM acompanhava toda a ação. "Bestas desvairadas" Micael Oliveira, índio de origem Arauaqui, era um dos que estavam dentro do terreno. Segundo ele, todos já tinham aceito deixar o local, e permaneciam apenas cantando e fazendo uma dança de despedida. A partir daí, segundo ele, os policiais entraram agredindo a todos, jogando bombas de efeito moral e spray de pimenta. “Chegaram com toda a truculência. 

Pareciam bestas desvairadas”, comentou. 


O conflito se generalizou, e persistiu do lado de fora. Manifestantes ocuparam a avenida Radial Oeste. Foi o estopim para agressões, bombas de efeito moral lançadas e jatos de spray de pimenta permaneceu fechada por pouco mais de meia hora, nos dois sentidos. Houve feridos e detidos, mas ainda não há um balanço a respeito disso. Um fotógrafo do jornal O Globo ficou ferido na confusão. 

A avenida Radial Oeste foi liberada ao tráfego e os PMs permanecem na região. Homens do 4º Batalhão ficarão fazendo a segurança do prédio. Os manifestantes estão reunidos na Universidade Estadual do Rio de janeiro (Uerj), que fica próximo ao antigo museu, e há clima de aparente tranquilidade na região.

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