Caroline Maldonado e Kleber Clajus
Depois de participar de reunião com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em Brasília, ontem (29), o Governador Reinaldo Azambuja (PSDB) não deu detalhes sobre o que foi discutido sobre o impasse da indenização à fazendeiros pela terra indígena Buriti, em em Sidrolândia, a 71 quilômetros de Campo Grande.
O governador disse apenas que o ministro está tentando assinar o termo de acordo nos próximos meses, mas espera ter o assunto resolvido antes de sua vinda à Campo Grande, que tem outra finalidade. A visita não tem data anunciada, mas está prevista para depois do Carnaval.
A vinda do ministro é para tratar, especificamente, a questão da segurança pública, segundo reinaldo. “Nós propusemos um comitê integrado e o ministro topou essa articulação.
Ele acha que na vinda dele, após o Carnaval ele terá a questão da Buriti já resolvida”, disse o governador.
A indenização oferecida pelo Governo Federal é de R$ 80 milhões, mas os fazendeiros pedem, pelo menos, R$ 130 milhões pelas terras, que foram cenário da morte do terena Oziel Gabriel, 35 anos, durante ocupação em 2013.
Nos confrontos, outro índio foi baleado e ficou paraplégico. A polícia não esclareceu, até então, de onde partiram as balas que atingiram os índios.
Quanto ao empenho para ajudar na questão da indenização, Reinado lembrou a criação da Subsecretaria de Assuntos Indígenas, que atuará inicialmente nas aldeias com os programas sociais, com atendimento às comunidades, com objetivo de estabelecer diálogo permanete entre governo e indígenas.
“Se o Governo Federal e nós conseguirmos através de uma negociação e ocupando e fazendo essas expansões que são legítimas, que os indígenas pedem, acho que teremos um ambiente muito mais favorável, por meio do diálogo para resolver os problemas.
A nossa parte nós já estamos fazendo como Governo de Mato Grosso do Sul”, comentou Reinaldo.
Negociação
A propriedade do ex-deputado estadual e ex-secretário estadual de Fazenda, Ricardo Bacha, foi ocupada por um grupo de cem índios no dia 15 de maio. Dias depois, o número de indígenas subiu para 600 e equipes do MPF (Ministério Público Federal), Polícia Federal e Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) acompanharam o confronto.
Depois que Oziel foi baleado, a sede da fazenda foi queimada.
Em junho de 2014, produtores sinalizaram um acordo ao decidirem aceitar, parcialmente, a proposta do Governo. Eles pediram o direito de continuar reivindicando na Justiça a diferença para que a indenização cheguasse ao valor pedido.
No entanto, nada ficou resolvido nas últimas negociações, ocorridas no ano passado.