16/05/2017 08h48
Cerca de 1500 famílias indígenas precisam
de casas em Dourados.
NIcanor Coelho, de Dourados
A cidade de Dourados vai ganhar a sua primeira “aldeia
urbana”, a exemplo da que já existe em Campo Grande. Até novembro começará a
ser construído um conjunto habitacional com trezentas casas populares
financiadas com recursos do programa Minha Casa Minha Vida.
Atualmente conforme dados de entidades que defendem a causa
indígena cerca de 1500 famílias estão morando em barracos de lona na reserva de
Dourados. As famílias que serão beneficiadas com estas casas serão escolhidas
dentre um cadastro que está sendo feito nas aldeias do município.
A aldeia urbana também vai beneficiar as oitenta famílias
indígenas que estão ocupando uma área dentro da cidade chamada por ele como a
terra indígena “Nhu Porã” e grupos de desaldeados.
O projeto da aldeia urbana foi feito pela Associação
Indígena Puxarará que já tem experiências na construção de casas para índios em
várias regiões de Mato Grosso do Sul.
O engenheiro Civil Evódio Vargas, da Puxarará afirmou a
entidade protocolou no dia 8 de maio o projeto na Caixa Econômica Federal e
espera começar as obras no mais tardar em novembro com prazo de 24 meses para a
conclusão.
Pertencente a etnia Terena, Evódio foi o primeiro índio
brasileiro a se tornar engenheiro civil e ao longo da sua carreira tem
trabalhado para construir casas paras aldeias e na elaboração de projetos
sustentáveis de habitação.
Serão investidos pelo Ministério das Cidades, segundo
Evódio, cerca de R$ 25 mil para construir a aldeia que representa o resgate da
dignidade de muitas famílias indígenas que moram em barracos de lona, sem água
tratada, sem energia elétrica e coleta de lixo.
As famílias contempladas vão pagar durante dez anos uma
prestação mensal que vai variar de R$ 40,00 a R$ 80,00 conforme a renda
declarada. “A Reserva Indígena de Dourados já dentro da cidade de agora com
esta aldeia urbana, definitivamente esta comunidade estará inserida na vida de
todos”, finalizou o engenheiro.
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