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10/09/2012 14:13
Eliane Souza
E-mail: culturanativams@gmail.com
Eliane Souza
E-mail: culturanativams@gmail.com
Até março do próximo ano Campo Grande vai ter sua primeira aldeia indígena rural reconhecida, a Água Bonita, na região do Jardim Anache. Na verdade, índios de cinco etnias já moram no local, porém não é terra reconhecida como indígena.
Segundo lideranças, a falta da titularidade impede benefícios como posto de saúde e escola.
Atualmente Campo Grande tem duas aldeias reconhecidas como terra da União e urbanas: a Marçal de Souza (bairro Tiradentes) e Darci Ribeiro (Jardim Noroeste).
A Água Bonita será a primeira rural depois de oito anos de espera dos moradores.
Para iniciar o processo de reconhecimento de terra indígena, o processo teve que passar primeiro pela Assembleia Legislativa, depois para a Procuradoria Geral do Estado e por último a nacional da Fundação Nacional do índio, esta que determinou que o local fosse remarcado para constar nos trâmites burocráticos.
Na primeira etapa serão 14 hectares reconhecidos, mas a ideia é que, aos poucos, sejam quase 40 hectares.
O líder indígena Nito Nelson, explica que embora mais de 100 famílias de cinco etnias (guarani, terena, kadiwéu, caiuá, guató) morem na Água Bonita, ela não é de fato uma aldeia, pois a terra não é reconhecida pela União.
“Somos aldeia porque aqui moram índios, mas, na verdade, somos um grupo da zona rural. Daí ninguém nos atende porque não estamos no mapa”.
Nito explica que o local passando a ser terra da União e reconhecendo a terra como sendo indígena, muitas melhorias podem vir para a comunidade.
“Hoje não temos posto de saúde, escola segurança. Fica um jogo de empurra entre o governo do estado e a prefeitura e a gente aqui sem amparo”, queixa.
Nito Nelson acredita que comunidade indígena receberá melhorias já partir de 2013.
Nito Nelson acredita que comunidade indígena receberá melhorias já partir de 2013 |
De acordo com Nito, outros problemas também são enfrentados pela comunidade, pelo simples fato da terra não ser considerada indígena. “Temos violência. Nem as ruas daqui estão no mapa e não temos CEP. Quando manda carta, vai parar lá no Guanandi porque o CEP é de lá”, revela.
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