segunda-feira, 19 de março de 2018

Estado da arte ou Estado de conhecimento



19/03/2018              14:00




ARTIGO


Por; Sander Barbosa Pereira


A imposição do modo de vida dos colonizadores aos povos que aqui habitavam a pindorama maravilhosa ou terra de Vera cruz entre outras denominações que finalizou como Brasil.

Muito se pensou sobre a educação escolar para os povos indígenas na época do império desde a sua catequização a partir do ano de 1500 com a chegada dos primeiros jesuítas que vieram acompanhado de Manoel da Nobrega e frei Coimbra. Por fim muitos modelos e formas de ensino foram experimentados durante o tempo da colonização, passando pelo Império e chegando a república e aos nossos tempos atuais.

Dentro deste levantamento do estado da arte e estado do conhecimento, estaremos posicionando um direcionamento especifico sobre a educação escolar indígena em Campo Grande, nossa capital de Mato grosso do Sul,  uma das primeiras referências bibliográficas que chama bastante a atenção foi do livro institucional do município, com o título denominado Plano Municipal de Educação. 

Um plano a época chamado de plano decenal – 2007/2016.
Este livro será um grande aliado neste trabalho de conclusão do curso pois dará um grande embasamento para respostas, que terão perguntas e questionamentos que possivelmente serão levantadas em referência ao título que já está pré-definido como: Educação Escolar Indígena em Campo Grande, avançar por via Institucional ou Política?

A LDB lei 9394/96, dentro das leituras feitas sobre o tema da educação escolar indígena, que neste momento tornou se um grande salto para avançar o sistema educacional do nosso pais, chama a atenção por ser uma lei bastante avançada e que em muitos estados da união ainda não se efetivou de fato em comunidades em contexto urbano.

Assim, após uma tentativa desafiadora de escrever e refletir sobre as práticas pedagógicas que circulam nas escolas com alunos indígenas, pensamos que é o momento de encerrar a escrita. Uma escrita que precisa percorrer muitos caminhos investigativos para uma boa produção, uma escrita que apesar de mostrar uma linguagem já atravessada e ressignificada com as leituras do campo teórico, “precisa virar do avesso muitas de [nossas] convicções” (BUJES, 2007, p.37).[1]

O artigo dos professores Antônio Hilário Aguilera Urquiza e Carlos Magno Naglis Vieira com o tema EDUCAÇÃO ESCOLAR E OS ÍNDIOS URBANOS DE CAMPO GRANDE/MS: considerações preliminares sobre as práticas de ensino nas escolas, após uma leitura aprofundada com o tema acima, mostra uma dura realidade enfrentada hoje por grande parte dos estudantes indígenas que hoje residem em Campo Grande, mostra com gráficos tanto de fontes da SEMED e IBGE,  a população dentro da questão do Censo e os alunos matriculado em escolas não indígenas voltadas para a sociedade  em geral.

Este artigo é de fato muito rico de informações e com certeza dará a fundamentação para a elaboração do artigo que busca de certa forma apontar alguns caminhos ou quiçá respostas para os devidos questionamentos e preocupações sobre a realidade dos indígenas frente a educação escolar em contexto urbano.

- Um processo dinâmico e permanente de relação, comunicação e aprendizagem entre culturas em condições de respeito, legitimidade mútua, simetria e igualdade. - Um intercâmbio que se constrói entre pessoas, conhecimentos, saberes e práticas culturalmente diferentes, buscando desenvolver um novo sentido entre elas na sua diferença. - Um espaço de negociação e de tradução onde as desigualdades sociais, econômicas e políticas, e as relações e os conflitos de poder da sociedade não são mantidos ocultos e sim reconhecidos e confrontados (CANDAU e OLIVEIRA, 2010, p.14).[2]

O artigo ainda nos mostra uma pesquisa aprofundada sobre o tema da educação escolar indígena em nossa capital, somos sabedores de que o tema é pouco explorado e as informações ficam bastante reduzidas e limitadas e mesmo assim o autor entrou num mundo desconhecido e nos brindou com informações espetaculares sobre essas condições vivenciadas por povos que aqui habitam em plena capital do Estado de Mato Grosso do Sul, 2º estado da federação em população indígena em nosso Brasil.

Então vejo com grande alegria de que o desafio é grande e os problemas pelo qual estão se acumulando em nossa capital nesta área da educação escolar indígena nos provoca e também desafia a encontrar caminhos assim como respostas e soluções que necessitam de urgências para manter as tradições e culturas milenares que tem a pretensão de serem reconhecidas de forma verdadeira no respeito as diferenças.


Nota de rodapé


[1] Em (BUJES, 2007) reforçamos a idéia de que além das reflexões e preciso romper as barreiras do sistema institucional para mostrar a realidade das comunidades indígenas em contexto urbano da capital.
[2] Esta referência (CANDAU E OLIVEIRA, 2010, p.141) nos mostra alguns caminhos a serem seguidos, entre eles, pelo caminho institucional ou político, então a decisão está em nossas mãos.


Sander Barbosa Pereira – Licenciado e Bacharel em Letras – UNIDERP
Pós - graduado em Antropologia e História dos Povos Indígenas - UFMS



Referências


AGUILERA URQUIZA, Antonio Hilário,  NASCIMENTO, Adir Casaro, Educação Escolar Indígena ( Marco Conceitual e Gestão ), Ufms: Maio 2016: Campo Grande – MS.
Constituição Federal, artigos  231, 210
Lei de Diretrizes e Bases da educação, 9394/96
Plano Municipal de Educação, 2007 – 2016
AGUILERA URQUIZA, Antonio Hilário, EDUCAÇÃO ESCOLAR E OS ÍNDIOS URBANOS DE CAMPO GRANDE/MS: considerações preliminares sobre as práticas de ensino nas escolas


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