
Celso Bejarano Do UOL, em São Paulo
30/05/2013 15:30
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Índio terena é morto durante conflito com policiais |
Oziel Gabriel, 35, pai de dois filhos, foi ferido no peito, segundo o deputado estadual Pedro Kemp (PT), ligado a lideranças indígenas. Índios e policiais federais entraram em confronto durante ação de reintegração de posse de área da fazenda. Agentes da Gigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) e da PF usaram bombas de efeito moral e balas de borracha.
Os índios usaram pedaços de madeira e pedras. Ao menos quatro índios terena foram feridos. Eles foram levados para o hospital Dona Elmira Silvério Barbosa, mas um morreu
A Justiça Federal já havia determinado o despejo assim que a área foi invadida, em 15 de maio passado, mas a corte recuou dando prazo aos índios. Ontem (29), durante audiência com a participação dos terena e dos fazendeiros da região, em Campo Grande, ficou definido que os índios deveriam sair da área.
A fazenda pertence à família de Ricardo Bacha, ex-deputado estadual.
Os índios brigam pela posse da área desde o início de 2000, quando a Funai, por meio de estudo antropológico, determinou que a área em questão é dos índios.
17 mil hectares
A União também declarou que a terra é indígena em 2011, mas os fazendeiros ingressaram com recursos e o caso corre até hoje na Justiça. Entre as cidades de Dois Irmãos do Buriti e Sidrolândia, existe uma área de 17 mil hectares, onde fica a fazenda Buriti, que seriam dos índios.
Até agora não se sabe quantos índios ocupam a fazenda Buriti. Até semana passada, os líderes indígenas diziam que ao menos 500 terena, entre adultos e crianças, íam resistir a investida policial.
Os indígenas estavam acampados desde 15 de maio. Os donos da área se recusaram a deixar o local e receberam voz de prisão para liberar a área e não aumentar ainda mais a tensão.
Demarcações
No começo de maio, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, criticou a Funai por falhas no processo de demarcação de terras indígenas e disse que o governo prepara um novo modelo, em que outros órgãos do governo seriam ouvidos.
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