31/01/2018 14:50
Artigo
Por; Sander Barbosa Pereira
O processo de dominação ainda persiste na forma da colonialidade muito mais do que o colonialismo, mesmo o nosso país já contar com a idade de 516 anos o pensamento eurocêntrico continua vivo e forte no imaginário da maior parte da nossa população brasileira.
E o grande desafio é superar o etnocentrismo ainda que, este estranhamento de uma cultura por razão de outra ainda seja muito forte, pois as representações sobre os povos indígenas ainda é fortemente distorcida do ponto de vista histórico e carece também de um grande entendimento e aprofundamento sobre a realidade indígena em todos os contextos sociais.
No Brasil vários preconceitos foram construídos (inventados) no bojo do projeto colonial, estes se solidificaram com as representações errôneas sobre os povos indígenas, o qual marcou por muito tempo a historiografia ocidental e, particularmente, a brasileira (TROQUEZ, 2005).
Podemos perceber que o modelo eurocêntrico ainda resiste e persiste em pleno século 21, apesar dos avanços das leis vigentes em nosso país e das garantias conquistadas nos artigos da carta magna.
Ao analisarmos o desenho do pequeno Arthur feito no ano de 2014, percebemos o quanto ainda precisamos avançar para superar as representações e estereótipos direcionadas aos povos indígenas em nosso estado de Mato Grosso do Sul e quiçá no Brasil.
Em sala de aula essas representações repassadas aos alunos carecem de maiores informes e aprofundamentos da realidade entre o Índio do passado e o Indígena da atualidade.
Mesmo com leis avançadíssimas como a 11.645/2008 que substituiu a 10.639/2003, LDBEN 9394/1996, temos ainda os Parâmetros curriculares Nacionais – PCN, que propicia abertura para os temas verticais e transversais que são fortes instrumentos para superar essas representações negativas aos primeiros habitantes desta terra.
Entendemos que os livros didáticos ainda são uma realidade nas escolas do nosso país e que de fato não mostra a verdadeira realidade destes povos e é importante que os próprios estudantes entendam isso para que possam interagir respeitosamente com toda essa gama de diversidade cultural no Brasil.
Na relação entre professor, conhecimento e aluno sempre existirão a possibilidade de apreensão da dissonância causada pelo estereotipo das representações e de sua correção através de atividades critico-criativas amparadas pelas leis citadas acima.
Penso que corrigir o estigma da desigualdade atribuído às diferenças constitui-se em tarefa de todos, tenho a consciência de que já são numerosos os que contribuem para atingir esses objetivos.
As academias tem hoje um papel fundamental no preparo de professores e a certeza de que os tempos atuais são propícios para alavancar essas mudanças de forma estrutural.
Podemos acreditar que é possível fortalecer a formação do professor de ensino fundamental, no sentido de utilizar de forma critica o tão falado livro didático, transformando esse livro em um instrumento gerador de consciência critica por parte dos alunos que iniciam sua jornada na busca de conhecimentos.
Nota de rodapé
A citação de (TROQUEZ, 2005) foi colocada para reforçar a argumentação de que esse processo das representações e estereótipos perdura desde o tempo da colonização e resiste até os nossos tempos atuais.
Referências
CALDERONI, Valéria. A.M.O. Desconstruindo Preconceitos sobre os Povos Indígenas, Campo Grande – MS, Maio/2016
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