20/02/2018 11:30
Por; Sander Barbosa Pereira
Aos
dezenove dias do mês de Fevereiro do ano de 2018, cumprimentando os senhores e
senhoras do nosso país o Brasil, após 518 anos da chegada do colonizador no ano
de 1500, venho – lhes relatar que pouco ou quase nada daquilo que ocorreu na
época do império colonial mudou, ou seja, a visão do europeu ainda permanece
quase que atual se não fosse trágica.
Nesses
tempos atuais em que estamos vivendo e vivenciando as transformações deste
imenso continente, estamos acompanhando as lutas dos povos indígenas contra
todas as formas de preconceitos contra seu modo de ser e viver.
A sociedade
envolvente continua mascarando as diversidades cultuais indígenas e suas formas
de organizações sociais que mantem suas identidades étnicas como uma importante
riqueza e extremamente fundamental para a formação deste belo país.
Quero
alertar os senhores e senhoras que precisamos ajudar esses povos que tanto
contribuem para manter viva a nossa própria história e que mesmo assim são
rejeitados, discriminados e espoliados de suas terras, forçando os as práticas
integracionistas da sociedade nacional, desrespeitando seus direitos adquiridos
ao longo de séculos de lutas e resistências.
Informo
– lhes que o preconceito contra esses povos a cada dia esta aumentando de forma
vertiginosa e perigosa, pois estão sendo acusados de serem empecilhos para o
desenvolvimento deste país, digo lhes mais, suas retomadas de territórios
tradicionais de ocupação estão sendo rotuladas de invasões e essas investidas estão
sendo duramente reprimidas e as noticias que tenho de fontes seguras são de que
esta havendo grandes quantidades de perdas de vidas por parte dos povos
indígenas principalmente aqui em nosso estado de Mato Grosso do Sul.
A
carta magna assegura aos nossos indígenas o direito a terra e a manutenção de
suas raízes culturais e o que verifico é a total falta de respeito com os
preceitos constitucionais que regem a vida de nossa nação.
Na
visão de uma pequena parte da sociedade envolvente os povos indígenas ainda
sofrem na pele e na alma toda a carga de estereótipos e isso esta atravessando
gerações e parece que, serão necessários mais empenhos dos senhores e senhoras
no sentido de fazer a correção desta divida histórica que tange a imagem
destorcida dos registros oficiais que devem e podem ser combatidas com
informações corretas que mostre o verdadeiro índio com seus valores e conceitos
e suas contribuições especialmente na defesa deste grandioso país, peço que
encaminhe esses pedidos as nossas autoridades competentes.
Senhores
e Senhoras os dados da nossa atualidade sobre os povos indígenas nos permite
fazer cálculos de perdas de vidas, relato – lhes que neste novo mundo como os
europeus diziam, viviam aproximadamente entre cinco e seis milhões de indígenas
vivendo nesta terra maravilhosa e que o mais triste é saber que esta população
não passa hoje de novecentos mil pessoas, ou seja, 230 povos e algumas tribos
ainda vivendo de forma autóctone nas florestas e fronteiras da Amazônia
brasileira.
São
tristes estes relatos sobre esses povos que resistem e quer manter suas
culturas, seus territórios estão sendo reduzidos e com a boa noticia de que
essa população esta aumentando, mas as politicas sociais caminham a passos
lentos no que diz ao bem estar e respeito para com esses povos.
O
preconceito étnico é enorme, pois ao chegarem aos pequenos e grandes centros a
realidade é dura e real, pois são colocados em periferias destas cidades e
recebem nomes pejorativos de favelados, desaldeados ou sem tetos e sem terras,
descaracterizando lhes de toda essa gama histórica de séculos.
O
processo de invisibilidade a que são submetidos é histórico, em casos mais
graves são impedidos de falar suas línguas maternas em espaços públicos, pasmem
Senhores e Senhoras até em escolas isso acontece.
Encerro esta carta conclamando os Senhores e
Senhoras e aos que estão por vir a este mundo maravilhoso, que junte esforços
para mudar os pensamentos desta sociedade envolvente e demonstre isso com fatos
e ações concreta especialmente na educação que é a roda da historia que move
esse pais.
Sander Barbosa Pereira – Licenciado e Bacharel em Letras – UNIDERP
Sander Barbosa Pereira – Licenciado e Bacharel em Letras – UNIDERP
Pós - graduado em Antropologia e História dos Povos Indígenas - UFMS
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