Brasil
17/01/2011 18:24
Agência Brasil/JG
As mortes de dez crianças e adultos em aldeias Xavante, no município mato-grossense de Campinápolis, levaram a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, a enviar uma equipe técnica ao município, localizado a mais de 600 quilômetros da capital Cuiabá. O grupo vai avaliar as condições de saúde e o atendimento médico prestado à comunidade indígena da região.
De acordo com o secretário municipal de Saúde, João Ailton Barbosa, as dez crianças e adultos da etnia morreram nas duas primeiras semanas do ano. Segundo ele, as mortes ocorreram em decorrência de pneumonia, desidratação, desnutrição e outras doenças.
Ainda conforme Barbosa, oito crianças estão internadas no hospital de Barra do Garças - unidade de referência na região. Em 2010, 60 crianças - 34 delas com até 1 ano -, morreram em consequência de doenças respiratórias e infecções, entre outras.
“Muitos chegam com a doença em estado avançado e acabam morrendo”, disse Barbosa. O quadro, acrescentou ele, fica ainda mais grave por causa da falta de pessoal e de veículos para prestar atendimento à etnia.
Depois da divulgação das mortes, o ministério anunciou que foi firmado convênio de R$ 2,07 milhões com a Organização Nossa Tribo (ONT) para a contratação de 104 profissionais, que se juntarão aos atuais 400 funcionários. Outras providências serão a compra de seis carros e o conserto de 15 veículos parados por falta de reparos.
O ministério ainda enviou 16 servidores a Campinápolis. Eles vão organizar o atendimento na Casa de Saúde do Índio no município e também das cidades de Barra do Garças e de Nova Xavantina . Além disso, estabelecerão uma rede de serviços com as secretarias municipais e estadual de Saúde para impedir a mortalidade nas tribos. Segundo a Sesai, os funcionários ficarão na região até o problema ser resolvido, com revezamento da equipe a cada 15 dias.
“Espero que tenha resultado. Se isso se concretizar, vai ser muito bom”, afirmou Barbosa.
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