domingo, 15 de abril de 2012

Índios Terena reivindicam criação da 5ª Aldeia Urbana em Campo Grande

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15/04/2012           15:17
 Diana Gaúna


 Cerca de 130 famílias indígenas do núcleo industrial e região, se reuniram na tarde de hoje para elaborar um documento solicitando à prefeitura e ao governo do Estado, a criação da 5ª Aldeia Urbana, na Capital. De acordo com o líder da comunidade, Oide Felipe da Silva, 56, seus patrícios precisam dessas moradias, pois hoje, grande parte deles paga aluguel com o dinheiro que recebe do Governo Federal, sobrando poucos recursos para sobreviver.

 De acordo com Oide, o deputado estadual George Takimoto apresentou uma indicação à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, solicitando a implantação da aldeia urbana, para suprir o déficit habitacional da região. Segundo o líder da comunidade, o deputado se comprometeu ainda a marcar uma reunião dos representantes da comunidade com o governador André Puccinelli (PMDB). 

 Documentos apresentados pelos índios durante a reunião, comprovaram que já em 17 de abril de 2008 a comunidade do bairro Indubrasil e região, solicitava a criação de uma aldeia urbana. Os líderes indígenas Arildo Soares e Antônio Jorge Pereira - o Xindú, informaram que o governo declarou que havia um projeto para construção dessa Aldeia, contudo, nunca conseguiram saber ao certo em que secretaria isso está.

 “Falamos com o Paulo Mattos, da Emha (Agência Municipal de Habitação) e ele nos disse que lá não tinha projeto nenhum e que como esse ano é de eleição, não iríamos conseguir mesmo”, explicou Arildo. Moradores denunciam abandono da comunidade instalada no Indubrasil.

O morador mais antigo da comunidade, Paixão Delfino, 78, afirmou que hoje as pessoas vivem espremidas em um local sem acesso a saúde, educação para as crianças e até mesmo atendimento médico. “Esperamos que o nosso prefeito e governador olhem pela gente, porque estamos batalhando por melhores condições de vida desde 2008”, declarou. A indígena Clelia Maria Sese, desabafou que sua comunidade não está na região porque quer, mas sim por conta da situação de abandono das aldeias de onde vieram.





 “A gente vem para cá atrás de trabalho, porque muitas vezes somos esquecidos nas aldeias onde moramos, nem a Funai (Fundação Nacional do Índio) aparece para nos socorrer”, disse. Luiz Alberto Para Iracema Sese, a maior dificuldade hoje é a moradia, porque como a maioria dos índios vem das aldeias e não tem para onde ir, precisa arcar com contas de água, luz, aluguel e “o dinheiro é pouco”.

 Durante a conversa, um grupo de mulheres fez questão de ressaltar que creche e escola são a segunda necessidade, porque como tudo é distante e de difícil acesso, suas crianças acabam perdendo o ano escolar.

 Além disso, outra problema apontado foi o serviço de saúde. “O posto de saúde mais próximo é o do Indubrasil, mas a gente vai lá e não tem pediatra, nem ginecologista. Temos que perder um dia de serviço para marcar uma consulta e outro para sermos atendidos em um posto mais distante ainda”, afirmou Iracema.

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