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15/05/2012 20:22
Francisco e Edson garantiram que índios kadiwéus não impedirão vacinação
(Foto: Mariana Lopes)
A partir de amanhã (15), a Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária e Vegetal) e a Funai (Fundação Nacional do Índio) começam a vacinação contra a febre aftosa em terras invadidas por índios kadiwéus em Corumbá e Porto Murtinho.
A vacinação vai começar em Bonito, onde há aproximadamente 2,5 mil cabeças, e ocorrerá em seguida na área de litígio.
Segundo o coordenador regional da Funai, Edson Fagundes, nas 13 fazendas que foram retomadas pelos índios, as equipes da Iagro poderão atuar sem qualquer impedimentos dos kadiwéus.
“É de interesse deles também que os gados sejam vacinados, não tem porque eles se oporem a isso”, afirma.
Edson explica que o papel da Funai é apenas acompanhar e manter a pacificação durante os trabalhos. “Tanto os índios quanto os fazendeiros estão alterados, mas já conversamos bem com os índios que estão nas terras e não haverá problemas”, diz.
Francisco Matchua, representante dos kadiwéus, disse que após a vacinação os proprietários rurais terão que retirar os gados das terras retomadas. “Se eles não tirarem, a gente vai colocar para fora”, afirma.
Edson também garantiu que os índios não estão armados.
“Eles têm as armas deles, como os facões, mas isso até os fazendeiros têm”, pontua. Na área de litígio, segundo dados repassados pelo coordenador, há 10 mil cabeças de gado.
Sobre a audiência marcada para o próximo dia 17, em Corumbá, Edson não quis dar detalhe, disse que está nas mãos da Justiça.
Ele comentou apenas que usará como defesa o relatório encaminhado à Funai de Brasília, no qual consta a negativa do emprego de armas pelos índios.
Durante a vacinação, de acordo com Francisco, os fazendeiros ou capatazes poderão acompanhar o trabalho da Iagro.
Ainda segundo o respresentante indígena, no momento há 150 famílias nas áreas retomadas, em aproximadamente 160 mil hectares de terra.
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