quarta-feira, 15 de agosto de 2012

MPF pede abertura de inquérito sobre ataque a índios em Paranhos

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15/08/2012          11:30


Eles denunciam o desaparecimento de uma pessoa e a morte de uma criança

Aline dos Santos

Índios relatam dois ataques na última sexta-feira.



(Foto: Divulgação/Aty Guasu)

O MPF (Ministério Público Federal) solicitou que a PF (Polícia Federal) de Ponta Porã instaure inquérito policial para averiguar o ataque a um acampamento indígena em Paranhos. Na última sexta-feira, índios guarani-caiuá invadiram a fazenda Eliane, num processo que denominam de retomada da terra Arroyo Korá.

Eles relatam que sofreram dois ataques de pistoleiros. Os índios denunciam o desaparecimento de uma pessoa e a morte de uma criança na segunda-feira. A menina teria começado a passar mal na sequencia do ataque.

Segundo o MPF, o objetivo da investigação, além de apurar a ocorrência de crimes, é também o de preservar o local dos fatos para futuros exames periciais. No acampamento, foram encontrados cápsulas de três calibres: uma cápsula de munição 32, quatro de calibre 38 e 25 cartuchos de calibre 12. Logo após o conflito, a PF (Polícia Federal) e a Força Nacional de Segurança foram ao local.

Até ontem, havia confusão sobre a identidade do homem desaparecido. De acordo com chefe do serviço de gestão ambiental e territorial da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Ponta Porã, a indigenista Juliana Mello Vieira, a confusão já foi esclarecida. “Quem está desaparecido é Eduardo Pires, um senhor de cerca de 56 anos”, afirma.

 Ele é irmão de João Oliveira, que também chegou a ser dado como desaparecido. Batalha no tribunal - A terra foi homologada em 2009 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, a homologação foi questionada na Justiça pelos fazendeiros.

Uma decisão final sobre o processo está no STF (Supremo Tribunal Federal). No ano passado, uma decisão do ministro Gilmar Mendes, suspendeu parcialmente os efeitos da homologação ao deferir um mandado de segurança impetrado pelo dono da fazenda Iporã, uma das 15 propriedades que estão na área homologada de 7.175 hectares.

Com a decisão, cerca de 400 famílias indígenas foram autorizadas a viver em uma área de 700 hectares. A reportagem entrou em contato com o Sindicato Rural de Paranhos, mas o presidente licenciado informou não ter interesse em falar com a imprensa.

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