04 de setembro de 2011 • 21h49 • atualizado às 22h12
EFE - Agência EFE
O primeiro encontro entre o governo de Evo Morales e as etnias bolivianas que se opõem à construção de uma rota que atravessará um parque nacional terminou neste domingo sem resultados após três dias, e os indígenas anunciaram que retomarão a marcha rumo a La Paz contra o projeto viário.
Os quatro ministros que Morales designou para tentar frear a manifestação realizada pelos grupos étnicos entre a Amazônia e La Paz lhes ofereceram elaborar conjuntamente uma alternativa que não afetará o Território Indígena Parque Nacional Isiboro Sécure (Tipnis) e consultar-lhes sobre o projeto, como exigem as normas.
Em contato por telefone com a agência EFE, o presidente do Tipnis, Fernando Vargas, assinalou que as etnias "estão de acordo" com essas propostas, mas exigiram "uma lei que as respalde".
"Se eles propõem uma alternativa que não afete o Tipnis, deve ser mediante lei. Só assim pode ser garantida a proposta, porque os convênios não são cumpridos", afirmou o dirigente, acrescentando que a marcha será retomada nesta terça-feira.
Os indígenas desconfiam do governo porque Morales e outras autoridades afirmaram nos últimos dias que a rota deve atravessar pelo parque porque tecnicamente não há alternativa.
A marcha partiu no dia 15 de agosto da cidade amazônica de Trinidad (nordeste) e chegou na quinta-feira ao povoado de San Borja após percorrer cerca de 230 dos mais de 500 km que pretende cobrir até La Paz.
As etnias e grupos ambientalistas temem que a estrada cause danos ambientais ao Tipnis e promova a invasão de produtores de folha de coca.
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