A violência contra a comunidade indígena voltou a ser assunto na Assembleia Legislativa. Na sessão desta quarta-feira (24/8), o presidente da Comissão de Trabalho, Cidadania e Direitos Humanos, deputado estadual Laerte Tetila (PT), fez um apelo para que as autoridades competentes apurem os assassinatos de índios em Mato Grosso do Sul. Segundo ele, são mais de 70 homicídios nas últimas décadas.
“Desde os anos 90, já contabilizamos 70 assassinatos de índios no Estado, sendo que em nenhum dos casos os autores foram presos e condenados”, disse. Tetila aponta a disputa por terras como sendo a principal causa das execuções.
Para o parlamentar, existe um forte preconceito contra a comunidade indígena. “Evidenciamos este preconceito ao constatar o número de índios presos nas cadeias: são mais de 200, a maioria sem sentença da Justiça. Trata-se de uma estatística estarrecedora”, afirmou.
Mais uma vítima - Ontem faleceu uma das vítimas do atentado a um ônibus escolar que transportava indígenas em Miranda. O crime aconteceu no dia 3 de junho e ainda não se sabe a autoria.
Uma garrafa com líquido explosivo foi lançada no ônibus que transportava 30 alunos indígenas que cursam o ensino médio naquela cidade. O ataque aconteceu quando os estudantes voltavam para a Aldeia Cachoeirinha.
Quatro indígenas sofreram queimaduras graves e foram internados na Santa Casa de Campo Grande. “Lurdesvoni Pires, de 28 anos, estava internada há mais de dois meses com 70% do corpo queimado. Infelizmente, a jovem não resistiu e faleceu. É mais uma vítima para somar à estatística. Não podemos ficar calados, exigimos providências urgentes das nossas autoridades”, desabafou.
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