sexta-feira, 25 de novembro de 2011

MPF intermedia acordo entre guarani-kaiowá e fazendeiros em Aral Moreira

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25/11/2011 17:46

 O pacto prevê que índios vão ficar acampados no local e funcionários de propriedades vão poder trabalhar na lavoura de soja 

 Marta Ferreira


Acampamento está sob proteção da Força Nacional de Segurança. (Foto: João Garrigó) 

 Após 5 horas de reunião, na sede do MPF (Ministério Público Federal), em Ponta Porã, foi firmado um acordo, ontem à tarde, entre as lideranças indígenas do acampamento Guaiviry, em Aral Moreira, alvo de ataque na sexta-feira passada, e proprietários rurais da região. 

Foi firmada uma espécie de pacto de “não agressão”, segundo o qual os índios permanecem onde estão acampados, com a garantia de que vão permitir aos funcionários da fazenda que trabalhem na lavoura de soja. Hoje, faz uma semana que um dos líderes espirituais do acampamento, Nisio Gomes, está desaparecido, após o ataque. 

A comunidade afirma que ele foi executado. Dois índios foram colocados sob proteção da Polícia Federal e a Força Nacional de Segurança está no local para proteger o acampamento. A reunião ontem teve representantes dos índios, dos fazendeiros e da Funai (Fundação Nacional do Índio)e foi realizada na sala do procurador do MPF Thiago da Luz.

 O acordo, segundo informou o MPF, vale até que a Justiça defina se os índios podem ficar na área onde estão, identificada como Nova Aurora, pertencente a uma fazendeira que vive em Brasília. A propriedade faz parte das que estão em fase de estudo para demarcação como reserva indígena. 

 Também foram estabelecidas no pacto regras de circulação, para os índios e os funcionários da fazenda. Os guarani-kaiowá montaram acampamento no local desde o dia primeiro de novembro e, desde então, vem relatando ameaças, que na semana passada se concretizam com o ataque. 

Sete homens, segundo a investigação da Polícia Federal, invadiram o local, usando armas não letais, de balas de borracha. A Polícia Federal investiga o caso. 

A perícia do local foi feita pela Polícia Civil e mostras de sangue foram recolhidas e serão analisadas no laboratório da PF em Brasília. Após o ataque, o acampamento recebeu a visita de uma comissão da Secretaria dos Direitos Humanos, ligada à Presidência da República, e ficou definido que a Força Nacional de Segurança vai permanecer no local por tempo indeterminado.

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