Do G1 MS
Justiça Federal acatou pedido do Ministério Público Federal. Um indígena foi encontrado morto e outro está desaparecido desde 2009.
A Justiça Federal acatou denúncia do Ministério Público Federal (MPF) e converteu em réus seis pessoas acusadas de envolvimento em um ataque à comunidade indígena Ypo'i, ocorrido em outubro de 2009 em uma fazenda no município de Paranhos, a 477 km de Campo Grande.
Os réus são três filhos do proprietário da fazenda, um vereador, um comerciante e um ex-candidato à prefeitura de Paranhos. Segundo o MPF, todos vão responder por homicídio qualificado, ocultação de cadáver, disparo de arma de fogo e lesão corporal contra idoso.
A procuradoria foi informada do fato na última sexta-feira (20), mas a denúncia foi acatada pela Justiça no dia 9 de dezembro de 2011.
Entenda o caso
Em 31 de outubro de 2009, homens armados expulsaram índios guarani-caiuá de uma área da fazenda que era reivindicada pelos indígenas como região de ocupação tradicional.
Cerca de 50 índios estavam no acampamento. Houve confronto durante a ação e dois professores da comunidade desapareceram. Uma semana depois, o corpo de um dos indígenas foi encontrado em um rio. A perícia policial constatou que a morte foi causada por um tiro nas costas, com arma de grosso calibre.
À época, a Polícia Federal fez buscas pelo outro professor, mas nada foi encontrado e os trabalhos foram encerrados. O MPF sustenta que os dois indígenas foram assassinados. Os guarani-caiuá reocuparam a área de reserva legal da fazenda em 19 de agosto de 2010, amparados por decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região que cassou a ordem de reintegração de posse.
O grupo indígena aguarda a conclusão de estudos antropológicos para delimitar as áreas de ocupação tradicional.
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