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FOLHA 18/10/2011
A fama de mau dos incas, que estabeleceram no passado um enorme império pré-colombiano na América do Sul, pode não ser tão verdadeira assim, afirmam duas antropólogas.
A análise de restos humanos feita pela dupla mostra que uma pequena parte de esqueletos escavados em áreas que já pertenceram ao império inca, nas proximidades de Cuzco, apresentava ferimentos de guerra.
Apenas um entre 36 indivíduos estudados tinha uma ferida na cabeça relacionada a um ato bélico. Com a expansão do domínio inca entre os anos mil e 1400, esse número passou a ser de 5 para 199 indivíduos, o mesmo que somente 2,5%.
Durante o apogeu, aproximadamente entre 1400 e 1532, ficou em 17 para 219 indivíduos, ou 7,8%.
Apesar do registro de ferimentos mais graves depois de 1400, ainda assim esses indícios são esporádicos, afirma a antropóloga Valerie Andrushko, da Southern Connecticut State University (EUA), que desenvolveu o trabalho com Elva Torres, do Instituto Nacional de Cultura em Cuzco, no Peru.
De acordo com relatos espanhóis, os incas ampliavam o território pelo dominínio de grupos regionais, propondo-lhes presentes ou proteção militar. Ao aceitarem essas ofertas, eles se submetiam às regras incas.
Mas, para garantir a adesão, um exército inca permanecia nas proximidades para agir em caso de a oferta ser recusada.
Segundo o antropólogo Alan Covey, de Dartmouth College, a nova abordagem indica que o poder inca não se espalhou somente pelo uso da força.
Ele acrescentou que são necessárias, porém, análises de restos de esqueletos de outras regiões que foram subjulgadas.
O estudo foi publicado na versão on-line do "American Journal of Physical Anthropology" no final de setembro.
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