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14/10/2007
Montante de R$ 1,8 milhão para aldeias de Dourados também será aplicado à compra de insumos
Do Progresso
O repórter do JN, André Luiz Azevedo entrevistou ontem os indígenas (Foto: Hedio Fazan/OPROGRESSO) DOURADOS
Montante de R$ 1,8 milhão para aldeias de Dourados também será aplicado à compra de insumos
Do Progresso
O repórter do JN, André Luiz Azevedo entrevistou ontem os indígenas (Foto: Hedio Fazan/OPROGRESSO) DOURADOS
Postos de saúde da Reserva Indígena de Dourados serão reformados. A medida foi tomada ontem de forma urgente pela Secretaria de Saúde de Dourados atendendo o Ministério Público Federal (MPF), que cobrou verba de R$ 1,8 milhões não repassados à saúde básica indígena.
Esse valor, além das reformas, será destinado para a compra de insumos para às quatro unidades básicas de saúde nas aldeias Jaguapiru e Bororó.
A cobrança do MPF chamou atenção das emissoras de TV da rede nacional.
Uma delas foi da Rede Globo, que enviou uma equipe do Jornal Nacional, o “JN no Ar” para fazer a reportagem sobre o destino dos recursos e mostrar a realidade indígena nas aldeias.
Na segunda-feira, o MPF cobrou explicações da prefeitura sobre o dinheiro não repassado e chamou atenção da midia nacional.
Argumentou a situação de insalubridade dos postos.
Segundo o MPF, o problema é mais crítico na unidade Guateka, da aldeia Jaguapiru. O PROGRESSO esteve no local e constatou a falta de higiene do ambiente. O posto está localizado numa área mais baixa que a rua.
Com isso, a água de chuva invade a unidade.
O problema ainda é crítica em razão da estrutura física. A sala de reunião dos agentes de saúde é juntamente com a sala de enfermagem, onde se aplica injeção e se faz a entrega de medicamentos.
Os remédios ficam alojados em um armário enferrujado, expostos a poeira. Não há refrigerador e as doses da vacinas ficam numa caixa térmica. O piso do posto é encardido e os banheiros estão praticamente sem uso, pois há barro no vaso sanitário e na pia.
Tudo é muito sujo. Há também falta de medicamentos básico, como Dipirona e Paracetamol.
Condições de higiene do posto Guateka é a mais preocupante (Foto: Hedio Fazan/OPROGRESSO)
PREFEITURA
Desde setembro de 2009 a prefeitura de Dourados recebe R$ 149 mil por mês para dar assistência à saúde básica indígena.
De acordo com a secretária de saúde Silvia Bosso, que está na pasta desde fevereiro deste ano, quando Murilo Zauith assumiu a prefeitura, o dinheiro não foi repassado por quase um ano. “Esse recurso, não se sabe o por quê, ficou retido numa conta do Fundo Municipal de Saúde”, disse a secretária.
Silvia informou que a verba não foi destinada entre os anos de 2009 e 2010.
Segundo ela, os valores agora estão sendo repassados à Ong Amigo do Índio, que administra a verba. “Há um convênio com a Ong desde julho de 2010.
Para que seja feito o repasse, a Secretaria de Saúde se reúne com o Conselho de Saúde Indígena para analisar a aplicação do dinheiro. Feito isso é repassado à Ong”, explica. Grande parte desse recurso foi aplicado nos últimos meses no setor de recursos humanos.
Os R$ 1,8 milhões não repassados será agora aplicado na infraestrutura das unidades, garantiu Silvia Bosso. Há dois anos a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) vem cobrando a verba retida, mas nunca conseguiu um acordo junto aos administradores municipais que passaram pela prefeitura, desde Ari Artuzi.
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