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08/12/2011 13:47
Moradores e indígenas da região do Rio Xingu são entrevistados em vídeo. Trabalho captou doação de mais de R$ 120 mil e será lançado na internet.
Do Globo Natureza, em São Paulo
Imagem do vídeo-documentário que será lançado inicialmente na internet até março de 2012. (Foto: Reprodução)
Moradores e indígenas da região do Rio Xingu são entrevistados em vídeo. Trabalho captou doação de mais de R$ 120 mil e será lançado na internet.
Do Globo Natureza, em São Paulo
A elaboração de um documentário que mostra os impactos da construção da usina de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará, conseguiu arrecadar cerca de R$ 121 mil em 15 dias por meio do site de financiamento coletivo Catarse.
Com o título “Belo Monte, anúncio de uma guerra”, o vídeo foi idealizado e produzido por André D’Elia, que há dois anos visita a região de floresta amazônica para a realização de entrevistas com moradores de cidades próximas ao canteiro de obras da usina, como Altamira e Vitória do Xingu.
Com previsão de ser lançado inicialmente na internet em meados de março, mas com planos de exibição nos cinemas, o vídeo é mais uma mobilização contrária da sociedade à obra do governo federal.
Protestos nacionais e internacionais já foram registrados contra a obra, considerada uma das principais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal.
O vídeo expõe a opinião de especialistas sobre a polêmica construção e ainda mostra depoimentos de moradores e indígenas que serão impactados pelo complexo hidrelétrico.
“Nós queremos mostrar que a legislação não está sendo cumprida, que existe conflito de informações e um grande impacto socioambiental naquela região”, afirma.
“Não consideramos Belo Monte como um fato consumado.
Temos fé no sistema judiciário brasileiro”, disse D’Elia, se referindo aos processos judiciais em trâmite que tentam evitar a continuidade da construção da usina.
Imagem do vídeo-documentário que será lançado inicialmente na internet até março de 2012. (Foto: Reprodução)
Belo Monte - A hidrelétrica de Belo Monte será construída entre as cidades de Altamira e Vitória do Xingu. A usina terá duas barragens e dois reservatórios. O primeiro não altera o leito do rio, só alarga suas margens, o que corresponde ao que é o Xingu hoje em período de cheia.
O segundo reservatório vai alagar o que hoje é terra firme: pasto e floresta. Um canal ligará os dois reservatórios. Com isso, o curso natural do rio será desviado. Na área onde hoje o Xingu faz uma imensa curva, a chamada Volta Grande, terá a vazão reduzida.
Depois de concluída, a usina de Belo Monte será a segunda maior hidrelétrica do país, atrás somente da binacional Itaipu, e a terceira maior do mundo.
De acordo com a companhia responsável pela obra, a Norte Energia, a construção pode ser responsável pelo desmatamento de até 175 km² de florestas da Amazônia, uma área equivalente ao tamanho da cidade de Natal, capital do Rio Grande do Norte.
A capacidade instalada da usina será de 11,2 mil MW e a previsão de gastos para toda a implantação do complexo hidrelétrico é de R$ 25,8 bilhões (valor apresentado em 2010).
A mobilização de funcionários para as obras já foi iniciada, mas a obra enfrenta processos jurídicos. Órgãos do governo e empresas que participam do consórcio de construção da usina alegam que Belo Monte não causará impacto aos índios, porque não implicará no alagamento de áreas onde vivem essas populações.
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